Voltando das férias

Vista da chácara

Voltando de férias. Tirei 20 dias para viajar, sair, jantar fora, ouvir música e tomar cerveja que adooooooooooro ! Foi excelente, me sinto renovada, revigorada... Resolvi fazer um post pessoal de minha experiência que foi uma viagem ao passado e a lembranças de família que traduzo assim, de forma musical.

Quando eu era criança  eu adorava essa música. Me lembro que o selo do disco da Donna Summer era um espiral eu ficava quase tonta escutando essa música e vendo o tal do espiral "rodar" na radiola. Achava essa música o máaaaaaaaaaximo...Imaginem, era eu uma bezerra criada em uma família de comunista mas que flertava com as delícias que o capitalismo proporcionava (acho que me entendi um pouco agora escrevendo esse mini texto). Quando não tocava a Donna Summer que minha tia mais velha adorava, tocava o Chico que minha mãe venerava quase como uma religião, fechava os olhos a sentir a música num delírio contagiante. Dizia ela que o Buarque de Holanda, havia escrito Tatuagem  especialmente pra ela, e assim repetia o mesmo discurso para todas as canções. Ah, que ciúmes materno sentia eu do Chico, como amaldiçoei o compositor antes de sucumbir a sua genialidade pelas horas que minha mãe passava em sua companhia negligenciando a filha que queria atenção única e exclusiva.

Sérgio Reis  e seu Menino da Porteira é como fechar os olhos e ver meu avô sentado na cadeira rústica na varanda da casa de fazenda, muito magro com as pernas cruzadas e o chapéu sobre o joelho, balançando o pé e admirando a botina gastas pela lida com o gadinho, enquanto dichavava uma lasca do fumo de rolo e ouvia a moda de viola num radinho a pilha velho e empoeirado .  Pixinguinha, era coisa de minha avó que passou parte da infância e começo da adolescencia na cidade de São Paulo, trouxe de lá um gosto pela música boêmia, pelos versos refinados do compositor e cantor carioca. Ela sentava na cadeira de balanço e repousava-me  em suas pernas  aconchegando minha cabeça em seu colo farto cantando para mim Carinhoso, e Rosa  do Cartola gostava ela de Peito Vazio, Preciso me Encontrar e a Vida é um Moinho além de outras canções e fados portugueses que a época de minha meninice faziam sucesso. Ela cantava, balançava a cadeira e mostrava-me as estrelas de um céu que se enxergava. o caminho esbranquiça Pink Floyd era coisa de minhas tias mais novas com a psicodélica Dark Side of the Moom, as faixas The Run e The Great Gig in the Sky que me parecia mágica e Beethoven era coisa de um tio que foi estudar na extinta União Soviética, a  5ª Sinfonia que é grandiosa e lindíssima, amo até hoje. Família grande e eclética  apesar dos tropeços e brigas é a referência para toda uma vida, é o que nos forma é o faz ser quem somos.

Hahhaha, acharam que ia faltar a parte que mais gosto ? Não !!!!! Vejam como me acabei...

Esse é o tradicional e legítimo Empadão Goiano, SEM milho (que não aguento comer por aí com milho). Feito na forma de barro era assim feita por minha bizavó e tias-avós, é uma receita de mais de 180 anos da família repassada a exaustão. Leva linguiça, pão, carne, lombo, frango, azeitona,  pimenta de cheiro,  ovos cozidos, queijo, batata e molho de tomate. Vocês não tem idéia da delícia que é além de ser muito light...